Assim é a vida: mais cedo ou mais tarde, a política se infiltra em tudo, até mesmo em áreas aparentemente inocentes. O Departamento de Defesa dos EUA adicionou a Tencent Holdings, a maior publicadora e investidora em jogos, ao seu registro especial de empresas militares chinesas.

A Tencent é dona da Riot Games, da Funcom (criadora de Dune: Awakening) e do estúdio britânico Sumo Digital. Além disso, a Tencent possui uma participação majoritária na Techland, nos estúdios mobile Miniclip e Supercell, além de 35% da Epic Games. A empresa também detém participações significativas em FromSoftware, Remedy, Krafton, Paradox Interactive, Frontier Developments, Kadokawa e Bloober Team. Com planos de adquirir a Ubisoft, a situação se torna ainda mais preocupante.

Jogos de muitas dessas empresas estiveram entre os indicados ao The Game Awards 2024. Os enormes investimentos da Tencent na indústria de jogos são inegáveis e podem representar riscos a longo prazo.

Embora a lista do Pentágono não imponha sanções específicas, ela complica as operações da Tencent nos EUA e ameaça gerar possíveis desafios no futuro. As relações atuais entre os governos dos EUA e da China estão longe de ser amigáveis, o que significa que os EUA poderiam impor sanções a empresas com vínculos chineses a qualquer momento. Tal medida seria um golpe massivo para a indústria de jogos. As consequências completas são difíceis de prever neste momento.

Esperemos que isso não aconteça. Afinal, o governo dos EUA ainda não conseguiu encontrar uma solução eficaz para o TikTok, um problema que se arrasta há anos.

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